Curioso pensar que há alguns anos muitos colecionadores não olhavam com bons olhos para os antigos nacionais. Com certeza, tiveram de rever seus conceitos. Hoje, os antigos nacionais marcam importante presença em todos os eventos do antigomobilismo. E são cada vez mais apreciados. Para alguns, até mais que os clássicos norte-americanos ou europeus. Afinal, gostos, apreços e tendências se articulam e se atualizam a todo momento.

Quem curte os carros nacionais das décadas de 60 e 70 teve um prato cheio nesse encontro do Sam’s. O Tio Sam que nos perdoe, mas foi a vez dos brasileiros. Com exceção de um raríssimo e imponente Dodge 1957, compareceram diversos carros da nossa indústria: Fusca, Chevette, Dodge Charger, Opala, Maverick, Passat, Puma, Corcel... e até um brasileiríssimo Gurgel. Para quem gosta dos espartanos Willys fabricados no Brasil, uma cesta completa: Aero-Willys, Rural e Jeep. Todos maravilhosos, cada um contando um pedaço de nossas histórias, saboreadas no silêncio das lembranças ou no calor das conversas, com o fundo musical da banda de rock Dance Makrs.

As fotos contam-nos um pouco desse formidável encontro. Dentre elas, atente para a que mostra um Fusca verde da década de 60 com o menino chorão, o Cry Baby, o jumble... Veja que não é um boneco, é um menino de verdade. Conta a história que nos Estados Unidos um jornalista certa vez teve a feliz oportunidade de fotografar uma cena marcante: um menino chorando, apoiado no pára-choque do Oldsmobile 1951 do pai dele, tentando dessa forma convencê-lo a não sair para trabalhar e a ficar em casa com ele compartilhando um dia que supostamente seria muito mais feliz se o pai atendesse seus apelos. A foto foi publicada, ganhou repercussão e inspirou os famosos bonecos que até hoje se colocam junto aos pára-choques de diversos carros antigos.

Agora façamos nossas reflexões. Feliz o pai cuja presença foi tão desejada pelo filho. Feliz o filho que sentiu vontade de que seu pai ficasse com ele. Porque a essência dessa cena é o amor.

Que essa foto do Fusca verde com um jumble vivo fique viva para sempre em nossa memória, principalmente pela mensagem que representa.