Encontros
Encontro Sam's Club - 15/01/12
Comentado por Henrique Homanos - Diário de Bordo
Paixão por carro antigo até debaixo d’água
"Chove Chuva
Chove sem parar...
Pois eu vou fazer uma prece
Pra Deus, nosso Senhor
Pra chuva parar
De molhar o meu divino amor...
Que é muito lindo
É mais que o infinito
É puro e belo
Inocente como a flor...
Por favor, chuva ruim
Não molhe mais
O meu amor assim..."
Em 1964 a composição Chove chuva foi gravada ao vivo, no Teatro Paramount. Naquele ano Jorge Ben ainda não era Jor, era apenas Jorge Ben.
Que teria levado nosso ilustre poeta à criação dessa bela canção? A chuva? Mais que isso certamente, mas não vamos nos arriscar em interpretações. Limitemo-nos à ponte entre essa bela música e o primeiro encontro de carros antigos de 2012 no Sam's Club. Diversos automóveis reluzentes chegaram nessa manhã cinzenta de domingo, alguns mais cedo, antes das dez, outros um pouco depois. Decerto tinham acabado de receber as carÃcias matinais para tirar o pó e fazer brilhar os cromados. "É, de manhã o sol até ameaçou aparecer, mas logo se escondeu, só que agora tá ficando escuro..." disse um. "Parece que está fechando, mas não vai chover, não" arriscou outro, mais otimista. A verdade é que não houve tempo para uma terceira opinião: a chuva se fez presente, firme, forte e densa. Molhou com vontade todos os amores, do mais divino ao mais profano. A visitação ficou interrompida por força natural. Afinal, existe força maior que a natural? Na área de exposição, os automóveis solitários sob a chuva, que nem com prece de Deus Nosso Senhor parou. Num canto do estacionamento, seus donos reunidos sob uma barraca de lona, uns sentados em banquinhos, outros em pé, e dá-lhe assunto que vem mais água. E lá se foi mais uma manhã de domingo, com novas histórias para contar.
E fomos indo de volta pra casa...
Valeu? Valeu, sim! Porque carro antigo tem alma. E essa alma, faça sol ou faça chuva, não é pequena.